A BLUSA DE ONCINHA NO SAMBA DO SEU CLÁUDIO
Parou no balcão do bar, se viu no espelho, voltou a si. Começou a sentir-se
um europeu de segunda mão, um imitador barato de um estilo e de um mundo que
não cabiam naquele bar. Entendeu também que suas categorias mentais não se
aplicavam àquele lugar. Percebeu
que havia ali uma selvageria que lhe escapava, uma febre incendiária a contrapelo de todas as tentativas midiáticas e governamentais de implementar
a disciplina familiar nos cidadãos, o respeito contido,
as boas maneiras e os conceitos politicamente corretos. O movimento eloquente da moça com blusa de oncinha e o seu sorriso genuíno lhe convenceram dessas coisas.
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