terça-feira, 5 de novembro de 2013


A BLUSA DE ONCINHA NO SAMBA DO SEU CLÁUDIO


Parou no balcão do bar, se viu no espelho, voltou a si. Começou a sentir-se um europeu de segunda mão, um imitador barato de um estilo e de um mundo que não cabiam naquele bar. Entendeu também que suas categorias mentais não se aplicavam àquele lugar. Percebeu que havia ali uma selvageria que lhe escapava, uma febre incendiária a contrapelo de todas as tentativas midiáticas e governamentais de implementar a disciplina familiar nos cidadãos, o respeito contido, as boas maneiras e os conceitos politicamente corretos. O movimento eloquente da moça com blusa de oncinha e o seu sorriso genuíno lhe convenceram dessas coisas.

  

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