quarta-feira, 21 de maio de 2014

SOBRE O MURO

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Explosão: realmente ficando difícil, quase chegando,  é preciso abandonar os trabalhos que se justificam só pelo dinheiro.
 
Ser normal é ser mais um tijolinho no grande paredão opaco.

O muro deve ser posto abaixo, mesmo que por ora aproveitemos sua aparente solidez para apoiar o corpo cansado.

Use o muro, mas não seja seu amigo: ele só está ali para impedir sua visão, bloquear sua passagem.

terça-feira, 13 de maio de 2014


APONTAMENTOS NUMERADOS


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O sol de outono da manhã faz carinho nos póros da pele - teus olhos de olheiras não se incomodam mais  com a luz morna.


O tempo virou, a chuva é ainda melhor que o sol, as nuvens tornam tudo sombreado. As pessoas ficam dramáticas na chuva, as pessoas ficam molhadas.

Viva a poesia dos incômodos chuvosos, dos encontros sob a marquise com goteiras - viva o compartilhamento de guarda-chuvas.

Que o sol central imperial possa tirar folga todos os dias, viva os odores que sobem quando a chuva explode.

O que vale é a intenção, tudo bem com a solidão, derramei um gole de gengibre pro teu santo.